Quando você está procurando por um ambiente leve de desktop GNU/Linux para acelerar o seu PC, um nome está começando a aparecer com mais freqüência. O LXQt é o sucessor espiritual do LXDE, uma interface que usa tão poucos recursos que faz um Raspberry Pi parecer um PC completo. O que é o LXQt e o que o torna diferente?
O Windows e o MacOS vêm com um único ambiente de área de trabalho. No GNU / Linux, existem muitos. Você pode alterar completamente a aparência da sua área de trabalho enquanto usa os mesmos aplicativos, as mesmas bibliotecas de plano de fundo e o mesmo kernel Linux.
Para entender a diferença entre o LXDE e o LXQt, devemos primeiro falar sobre os kits de ferramentas. Os Toolkits fornecem uma maneira de desenhar interfaces de aplicativos de forma consistente. Sem os kits de ferramentas, os desenvolvedores teriam que projetar e programar os botões da barra de ferramentas e os menus suspensos do zero para cada aplicativo. No GNU/Linux, dois conjuntos de ferramentas dominam o cenário: GTK+ e Qt.
O LXDE usou o GTK+ 2, que é um código muito antigo. O GTK+ 3 existe desde 2011. O mantenedor do LXDE, Hong Jen Yee, não concordou com algumas das mudanças no GTK+ 3, então ele lançou uma porta baseada no Qt em 2013. Logo depois, a versão Qt do LXDE e uma interface de desktop separada, conhecida como Razor-qt, foi mesclada para formar o LXQt. Hong Jen Yee planejou focar seus esforços no LXQt seguindo em frente. Desde então, o LXQt se tornou formalmente um projeto separado. O LXQt é construído com as mesmas ferramentas do Plasma KDE.
O LXQt tem por padrão um design conhecido por qualquer um que tenha usado o Windows. Um lançador de aplicativos está no canto inferior esquerdo. Uma bandeja do sistema está localizada no lado inferior direito. As janelas abertas aparecem em uma linha entre as duas.
O lançador de aplicativos contém os itens essenciais e nada mais. As categorias que contêm os aplicativos instalados aparecem na parte superior, então você tem preferências do sistema, controles de sessão do usuário e uma barra de pesquisa.
A interface é altamente configurável. Você pode alterar os temas da área de trabalho, o aplicativo e os ícones. O painel pode ir para qualquer lado da tela e você pode reordenar os elementos como quiser. Não há motivo para manter um design semelhante ao Windows, se esse for o seu gosto.
LXQt refere-se a cada componente do painel como um widget. Os widgets padrão permitem salvar aplicativos favoritos no painel, alternar entre vários espaços de trabalho e ocultar janelas para exibir a área de trabalho. Alguns widgets adicionais são incluídos, como um monitor da CPU e um seletor de cores.
Parte do apelo do LXQt é a falta de dependências (serviços de segundo plano que devem ser instalados para um programa funcionar) e o uso de componentes intercambiáveis. Por exemplo, o LXQt usa o gerenciador de janelas Openbox. Você pode usar qualquer tema compatível com o Openbox para alterar a aparência das barras de título da janela. Você também pode ajustar a ordem dos botões na barra de título e quais botões aparecem.
De certa forma, o LXQt assume seu papel como um ambiente de desktop literalmente. Gerenciar a área de trabalho não está tentando controlar toda a experiência do início ao desligamento. O GNU/Linux é modular e o LXQt o aceita.
O LXQt não possui alguns recursos que você pode esperar de um desktop moderno. Por padrão, o LXQt não desenha sombras ao redor das janelas, nem há animações para abrir ou maximizar janelas. A animação para minimizar uma janela está presente, mas um pouco escondida. Você pode alterar isso habilitando ou instalando um compositor separado. Lubuntu fornece um por padrão conhecido como Compton X.
Lembre-se da barra de pesquisa no lançador de aplicativos? É muito básico. Você deve encontrar o nome exato de um aplicativo, não o que ele faz. Não espere encontrar arquivos e pastas, a menos que você instale software adicional, pois essas funções podem tornar a área de trabalho mais lenta.
O LXQt também torna um pouco difícil procurar por algo. Espera-se que você conheça os nomes dos aplicativos e o que eles fazem. Se você não fizer isso, você terá que aprender. O ativador de aplicativos não informa qual é o editor de texto, o visualizador de imagens ou o navegador da Web pré-instalado. Você terá que resolver isso sozinho.
Isso não significa que o LXQt seja difícil de usar. Eu não acho que seja assim. Mas também estou familiarizado com o modo como os desktops GNU/Linux tendem a funcionar. Se você conhece o XFCE ou o MATE, o LXQt te tomará apenas alguns minutos para descobri-lo. A maioria das coisas é onde você espera que elas sejam. A implementação é simplesmente diferente.
Existem algumas razões principais para considerar o LXQt:
- O LXQt é leve. Se você quiser uma interface de desktop simples que use relativamente poucos recursos do sistema, coloque o LXQt na sua lista.
- O LXQt é baseado no Qt. Francamente, não há muitos ambientes de desktop baseados no Qt comparado ao GTK+. Se você prefere aplicativos Qt, mas não é fã do KDE Plasma, o LXQt é uma de suas poucas alternativas.
- O LXQt é modular. Se você não quer um ambiente de trabalho enorme, então o LXQt vai te encantar.
- O LXQt não recebe tanta atenção quanto outros ambientes de desktop. Isso não significa que não seja tão bom. É um ambiente de trabalho moldável, estável e muito leve.
